As contas oficiais caíram ainda
mais no descrédito com o anúncio oficial de um acordo com as redes de
supermercados e com as lojas de eletrodomésticos para congelar os preços até 1º
de abril. A mesma pressão é feita sobre o setor de combustível e de material
escolar.
A lição que vem no país vizinho
(e já conhecida pelos brasileiros) é a de que, com o congelamento dos preços,
os fabricantes temendo prejuízos cortam investimentos, o que faz sumir produtos
das prateleiras, fomentando ainda mais a espiral inflacionária. Quer dizer,
sempre após um congelamento ou controle, os preços tendem a subir mais
rapidamente.
Por incrível que pareça, situação
um pouco parecida tem sido utilizada no Brasil, notadamente com relação ao
combustível e à energia elétrica, em um esforço frenético do governo brasileiro em mostrar
um índice inflacionário menor. O problema é este: tratando-se de macroeconomia,
todo cuidado é pouco.
Ronaldo Suares